Iara, a mãe d'água

Muitos seres das velhas mitologias europeias acabaram "desembarcando" em terras brasileiras. Entre eles encontravam-se os tritões, as sereias e outros monstros. O explorador português ouvia no Brasil colonial muitas histórias de fantasmas marinhos que afogavam os índios e espancavam os curumis (meninos índios). Esses mitos misturavam-se as lendas de origem europeia, criando o ipupiara. Era um monstro mau-caráter: meio homem, meio peixe, divertia-se saindo das águas para matar. Como se vê, era um tanto diferente da sedutora sereia da Europa.
 Depois, o ipupiara acabou virando a uiara, que já era uma versão portuguesa da sereia. Uiara deu iara, que significa: ig = água; iara = senhora, ou seja, senhora das águas. Também ficou conhecida como mãe d-'água. Então, já era uma figura completamente europeia e feminina: branca, longos cabelos loiros, olhos verdes. Segundo a lenda, ela vive em seu palácio no fundo das águas, para onde atrai jovens com quem deseja casar.