07/10/2012

Por que se empregou tanto o arcobotante na arquitetura gótica?


Os arquitetos românicos, sobretudo os monges, tinham sofrido a acentuada influência do espírito ascético que tão poucos vôos concedia à fantasia . Sua arte foi sem dúvida sublime, mas fria. Precisamente no momento em que o românico atingia o máximo do seu desenvolvimento  (século XII) chegou da França o vento inovador do novo estilo gótico. Sua aspiração era evidente e muito clara: tratava-se de um desejo de elevação, de verticalidade, de leveza. Mas este estalo de inspiração e fantasia tinha que levar em conta as leis da estática, que são inexoráveis. De fato, a verticalidade e o predomínio dos espaços vazios sobre os cheios obrigavam ao estudo de soluções completamente novas. As paredes mestras, para poderem sustentar o peso da elevada construção, tinham de ser tão grossas que se perderia a leveza das linhas, essência do novo estilo. Estudaram-se, pois , soluções novas. Antes de mais nada se transformaram as abóbadas e arcos de meio ponto em ogivais, para reduzir parte do peso que incidia sobre as estruturas de suporte. A seguir se estudou um sistema de reforços capaz de conferir estabilidade e segurança aos pontos vitais da edificação. Estes reforços se concentraram nos chamados arcobotantes: arcos apoiados sobre rijos e altos contrafortes para elevar-se até os pontos vitais e sustentá-los.

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